Dia 12 de Junho de 2021. Acordo muito cedo porque não consigo dormir. Abro os olhos, olho pela janela e vejo que ainda está escuro. Sento-me na cama, sozinha num quarto, o que não é normal nos últimos tempos. E segundos depois vem-me um friozinho na barriga juntamente com um sorriso no rosto. E aí sim percebi em que dia acordei: O dia do meu casamento.
A MANHÃ DO CASAMENTO
Não dormi rigorosamente nada na manhã do meu casamento. No entanto, não sentia o cansaço no corpo. Sentia-me entusiasmada porque sabia que daqui a pouco tempo iria começar o rodopio dos preparativos de casamento.
Passei esta manhã numa quinta a cerca de 30minutos do espaço que escolhemos para nos casarmos. Estávamos hospedados em duas casas numa quinta, uma em frente à outra. Estando a poucos passos, havia uma grande probabilidade de nos vermos, o que não aconteceu. Ambos estávamos totalmente focados no nosso papel de noivos e apesar de haver uma grande curiosidade e ansiedade por nos vermos, conseguimos ficar afastados das janelas durante toda a manhã.
Não estava nem um pouco nervosa quando comecei a ser maquilhada e penteada. Ajudou ter profissionais ao meu lado que estavam lá para o que eu precisasse. Mas para ser sincera, só comecei a sentir os nervos quando olhei para o relógio e percebi que já estava um pouco atrasada (e ainda nem estava vestida!). Arranjei-me rapidamente e com alguma ajuda. E nesse momento, senti que as coisas estavam a andar tão rápido que nem tive tempo de parar dois segundos, olhar-me ao espelho , observar a minha imagem completa de noiva e perceber que daqui a umas horas estava casada.
Muito rapidamente ainda consegui tirar algumas fotografias. Os meus fotógrafos eram excelentes e não me pressionaram em nenhum momento e talvez por isso tenham saído fotos maravilhosas. Porque fizeram com que não pensasse nas horas e que desfrutasse daqueles momentos para mais tarde recordar.
A SAÍDA PARA A QUINTA… LIGEIRAMENTE ATRASADA
Entrei na carrinha pão-de-forma que tinha escolhido para me levar até à quinta quando já estava na hora do casamento. Eu odeio deixar pessoas à espera e sempre disse que não iria chegar atrasada. Então nesta altura acho que me deixei levar um bocadinho pelos nervos. Por sorte, a viagem não era longa, o que significava que no máximo chegaria meia-hora atrasaa. Não era uma situação que estivesse a adorar mas rapidamente percebi que não podia fazer nada, então tentei acalmar-me e desfrutar da viagem. Enquanto não chegávamos, consegui ligar a uma amiga que estava a ajudar-me a organizar as coisas no nosso espaço e pouco tempo depois já estávamos a passar pelo portão da quinta.
O EMOCIONANTE CAMINHO ATÉ AO ALTAR
Assim que cheguei ao nosso espaço, só tive tempo de deslizar pelo banco da carrinha, já que o meu marido estava exatamente à minha frente a passar para o local da cerimónia. Penso que não devem haver muitas noivas que consigam dizer isto, mas sinto-me uma privilegiada porque do meu lugar na carrinha consegui ver a entrada do meu marido com a mãe.
Quando percebi que já não havia hipótese dele me ver, saí da pão-de-forma rapidamente, já com várias pessoas à minha espera, entre damas-de-honor, meninas das alianças, padrinhos e o meu pai. Das duas vezes que chorei no dia do meu casamento, ver esta malta toda ali para mim foi uma delas.
Todos aos seus lugares, respirei fundo de braço dado ao meu pai e à minha mãe. Sacudi as lágrimas e ouvi a minha música de entrada. Calmamente (e muito devagarinho) desci a rampa que ia dar ao espaço da cerimónia. Quando cheguei ao inicio do corredor, parei e esperei pela minha avó. Bati o pé para não avançar até ela estar ao meu lado. De braço dado a ela, pude finalmente desfrutar e guardar esta imagem na minha memória – a de ver o meu futuro marido à minha espera na nossa cerimónia de casamento.
Acho que a melhor maneira de vos explicar o que uma noiva sente nesta altura, é pedir-vos que imaginem que todas as luzes se estão a desligar lentamente exceto as que iluminam o caminho até o altar. Não me consegui aperceber nesta altura de quem estava à minha volta porque neste momento o tempo tinha parado e só nós dois importávamos. E sem dúvida que este foi o ponto alto do meu dia.
A HORA DO “SIM”
Na minha cabeça, a cerimónia de casamento passou a correr (ou eu queria que passasse, já que estávamos perante um calor abrasador de 32 graus). Mas não podia ter pedido uma celebração mais bonita. Tendo casado pelo civil no dia anterior, a nossa cerimónia pôde ser muito mais personalizada e ao nosso gosto e acima de tudo, com muito sentimento, como nós queríamos. Se houve algo que a pandemia trouxe enquanto consequência foi o afastamento das pessoas. E por muito que tentássemos, aquele amor de estar com quem gostamos ficou um bocadinho de lado. Após perdermos tantas pessoas que nos eram queridas desde o nosso pedido de casamento, que a nossa principal prioridade era dar tanto a nós como aos nossos convidados, aquele “amor” que nos foi retirado com as restrições pandémicas.
Então, decidimos que queríamos que quem celebrasse o nosso casamento fosse alguém de quem gostássemos, que tivesse estado presente desde o inicio da nossa história e que tivesse o dom da palavra – e felizmente na minha família temos tantos e tão bons contadores de histórias. Num outro post prometo que vos falo mais da minha cerimónia de casamento, que foi preparada ao milímetro em torno do amor. Mas por agora digo-vos que foi divida em 3 partes e cada uma delas falava de uma característica essencial e que não pode faltar num casamento.
ENFIM…CASADOS!
A cerimónia passou realmente a correr e nós, impregnados nela, nem nos apercebemos de tudo o que aconteceu à nossa volta. Só pensávamos que já estávamos casados, que todas aquelas pessoas estavam ali por nós. E não sei se aconteceu isto a alguém que casou em pandemia, mas eu senti um amor a dobrar de todos os nossos familiares e amigos. Porque na verdade, havia uma desculpa ótima para não se ir a um casamento em época de pandemia –“tenho medo do covid” – e isso significava que cada convidado que se encontrava ali queria mesmo estar presente neste dia. E por isso, mais que nunca, tenho que agradecer a cada pessoa que esteve presente porque significa que por muito medo que tivesse existido, o amor e a amizade falam sempre mais alto.
Não sei se aconteceu convosco, e eu acho que inclusivamente já partilhei isto com várias pessoas. Mas no meu casamento, eu parecia uma criança pequenina dentro da Toysrus. Olhava para todo o lado com ar de admiração, sem perceber bem o que tinha que fazer por muito que soubesse. Senti-me definitivamente como se tivesse voltado a ser aquela miúda pequena que adorava estar em casamentos.
Após a nossa cerimónia, dirigimo-nos para a área do cocktail onde os nossos convidados já esperavam por nós. Conseguimos falar com alguns deles um bocadinho, mas sinto que passou tudo muito a correr e a perceção que tive foi que apenas estivemos um momento neste espaço. Mediante toda a rapidez dos acontecimentos, uma das minhas damas-de-honor lembrou-me que eu tinha que comer. Acho que foi a primeira vez que pensei que secalhar tinha mesmo que comer alguma coisa. E ainda bem que o fiz, porque num instante o relógio começou a correr sem parar.
BODA MOLHADA, BODA ABENÇOADA
Assim que começamos a nossa sessão de fotos comecei a olhar para o céu e algo me dizia que tínhamos que nos despachar. Dito e Feito!
Após o extremo calor que sentimos durante a cerimónia, o céu escureceu bastante e começou realmente a chover. Abrigamo-nos por baixo de algumas pequenas tendas e quando percebemos que a chuva tinha vindo para ficar optamos por passar todas as fotografias com convidados para dentro da sala. Os casamentos e seus imprevistos!
Mas se pensam que esta inesperada mudança de tempo alterou de alguma forma o humor dos convidados (ou mesmo o nosso) estão redondamente enganados. Acho que ainda ficamos mais felizes porque, como eu vejo, foi alguém que deveria estar connosco neste dia e que infelizmente não estava que nos abençoou este dia e a nossa união.
VAMOS COMER?
Adorei a nossa entrada na sala do banquete. Para ser sincera, não sabia bem o que fazer porque eu e o meu marido nunca falámos sobre isto. Mas acho que correu tão bem que parecia mesmo que tinha sido algo ensaiado. Ouvimos pessoas a chamar por nós, a gritar, olhávamos para toda a sala e cada convidado tinha um sorriso no rosto.
O momento em que nos sentámos também vai ser algo que vou recordar para sempre. Consegui olhar para ambos os lados da sala e dizer para mim própria que esta malta estava ali por nós, para presenciar o nosso amor. E estes sim eram os meus verdadeiros amigos e família.
É certo e sabido que os noivos não comem muito no dia do casamento. Pelo menos por mim falo. A ânsia deste dia ter chegado era tão grande que eu só queria aproveitar cada segundo. Ainda tentei comer qualquer coisa. E deixem-me que vos diga que me soube pela vida. Acho que acertámos em cheio no menu do nosso casamento, tanto para nós como para os nossos convidados. Infelizmente para nós tivemos que fazer uma pausa na nossa refeição. Recordam-se da chuva? Pois que parou de chover nesta altura e os fotógrafos insistiram para fazermos a nossa sessão de fotos. Por mais cansados que tivéssemos (o Ricardo inclusive estava com uma enxaqueca), por tão pouco que nos apetecesse sair do nosso lugarzinho agora, sabíamos perfeitamente que se não fossemos tirar as fotos agora, não as iriamos ter para recordar mais tarde. Então deixamos a animação a cargo do nosso DJ que fez um excelente trabalho em divertir os nossos convidados enquanto estávamos fora.
QUE COMECE A FESTA!
Quando chegou a hora da primeira dança, eu estava uma pilha de nervos. Já pensava que me ia enganar e esquecer da coreografia. Mas acho que como o nosso DJ fez um compasso de espera com outras músicas, deixou-nos muito menos nervosos. No final, eu ia caindo, o Ricardo ficou com o joelho preso e falhou alguns movimentos e adivinhem? Ninguém se apercebeu porque estávamos lá um para o outro e se esta primeira dança não nos trouxe um ensinamento para a nossa vida daqui para a frente, então não sei. Mas a meu ver, a nossa Bela e o Monstro foi perfeita!
O momento do corte do bolo foi bastante emotivo. É o momento em que por breves segundos olhas para trás e pensas no que passaste para chegar aquele momento. No nosso caso, perdemos algumas pessoas, passamos por uma pandemia, um adiamento, pensámos que este dia podia não chegar, mas sempre acreditando que sim… e finalmente estamos a cortar o nosso bolo de casamento maravilhoso, com a banda sonora da nossa vida e o fogo de artificio a iluminar esta noite maravilhosa – e neste momento, sem chuva. Se até ali não me tinha emocionado, pensar em tudo isto fez com que eu percebesse o quão grata estava por ali estar com todas estas pessoas maravilhosas.
O QUE É BOM ACABA DEPRESSA
Sinto que o resto do casamento passou por nós num piscar de olhos. Tentámos divertir-nos com cada um dos nossos convidados, agradecer por estarem connosco neste dia. Estávamos tão animados que quase que me ia esquecendo de sortear o bouquet – e no meu caso mediante umas raspadinhas.
Aos poucos cada um se foi despedindo de nós. Entregamos as lembranças a cada um (suculentas para as mulheres e licores para os homens) e no final ficou apenas um pequeno grupo de amigos que não queria que a festa terminasse.
Quando a última pessoa saiu da festa, estávamos tão cansados. Mas olhamos para trás, agradecemos e sorrimos porque tudo valeu a pena.
OS FORNECEDORES DO MEU CASAMENTO
- Convites, Topo de Bolo & Porta-Alianças: Molde Weddings
- Vestido de Noiva: Pronovias
- Sapatos de Noiva: And I Wonder
- Fato do Noivo: Massimo Dutti
- Alianças: Dara Jewels
- Maquilhagem: Vinte e Dois Makeup
- Cabelo: Carla Kuchembuch
- Travessão de Cabelo: Catarina Sampaio Soares Flowers
- Transporte: A Princesa
- Espaço: Quinta do Coração
- Decoração: Ida ao Bosque
- Fotografia, Vídeo e Photobooth: Sem Asa Photography
- Animação: DJ Sérgio Tavares