E chegamos ao meu último “Diário da Noiva”. Posso dizer-vos que este sentimento é agridoce. Estou tão feliz, mas ao mesmo tempo um bocado triste: Com quase um mês de casada olho para trás com uma saudade imensa de cada momento que passei nesta jornada de organização do casamento. E o meu dia… Esse nem falo do quão especial que foi (isso fica para outra altura). Mas não poderia estar mais feliz. Casar sempre foi um sonho, tal como o é para muitas de vocês e acreditem no que vos digo – foi perfeito! Não me arrependo de nada nesta jornada (inclusive de ter casado durante uma pandemia).
Mas deixemos a conversa fiada de lado e vamos passar ao que realmente interessa, porque para terminar em grande é preciso começar assim…
Querido diário…
A ÚLTIMA PROVA DE VESTIDO

Neste “Diário da Noiva” final, quero contar-vos o que achei desta minha última prova do vestido, e para isso vou voltar um bocadinho atrás no tempo até Março de 2019 (que parece que foi há uma eternidade), no dia em que escolhi o meu vestido de noiva.
Eu já partilhei aqui convosco como escolhi o vestido do meu casamento – que inicialmente era algo completamente diferente. E na altura, uma das minhas madrinhas disse-me que eu “parecia mesmo uma noiva”.
O certo é que nunca achei isso. Eu olhava-me ao espelho nas provas e não via ali alguém que se iria casar. Não sei se por falta de autoestima (sim malta, também a tenho) ou por um efeito colateral do adiamento, mas nunca me senti uma noiva… até à última prova.
Olhei-me ao espelho, com os sapatos e com o véu e acho que finalmente me apercebi: “Teresa, tu vais casar-te daqui a uns dias”. E foi aí que pela primeira vez neste processo todo tive vontade de deixar escorrer uma lágrima por achar que estava uma noiva e que estava realmente… linda.
A RETA FINAL
Sinto que nas duas semanas antes do meu casamento corri a maratona. Não me lembro de ter tido algum horário livre para respirar fundo – e ás vezes, é mesmo necessário. Mas se pensam que correu tudo às mil maravilhas… acho que por esta altura já perceberam que nunca corre.
Na semana anterior ao meu casamento acho que percorri todas as lojas do shopping à procura de um vestido branco para levar ao civil porque claramente me esqueci de pensar nesse pormenor. Na verdade, eu já tinha comprado um em 2019 (lembrem-se que eu casava em 2020) mas já me ficava bastante largo e acho que a uma semana do grande dia não iria conseguir ajustá-lo ao meu corpo.
Obviamente que não podia ter apenas uma situação dramática, mas o resto deixemos de lado. Mas enfim, o que é um casamento sem um bocadinho de drama? O único problema é que o meu foi exagerado no “bocadinho”.
MEDIDAS E MAIS MEDIDAS
As minhas últimas semanas de solteira não giraram apenas à volta dos dramas. Também houve muita ansiedade que começou um mês antes do casamento com o aumento de casos e com a especulação dos media. Deixei de ler, ouvir e ver notícias e pedi a uma amiga para me dar resumos diários do que acontecia enquanto outra me dizia a nível diário que tudo iria correr bem e que eu ia conseguir finalmente casar.
Foram semanas horríveis a nível de ansiedade, e se fosse hoje se calhar lidava com tudo de maneira diferente. Mas em minha defesa houve muitas reuniões e conselhos de ministros e parecia que os “eventos familiares” se tinham tornado o tema fulcral. Principalmente porque 2 dias antes do meu casamento referiram que iriam ser necessários testes para os próximos casamentos.
Mas ter um blog de noivas em tempos de pandemia significa que tens que estar preparada para receber mensagens de pessoas igualmente ansiosas – e neste diário da noiva, peço-vos desculpa se não dei a devida atenção aos vossos medos na altura do meu casamento, mas como devem compreender, eu própria os tinha.
A LISTA FINAL DE CONVIDADOS
Não é novidade nenhuma que, para mim, a lista de convidados foi dos pontos da organização do meu casamento mais difíceis de gerir (inclusive, penso que já vos tinha referido num “diário da noiva”). Na verdade, faz todo o sentido que seja complicado, afinal estamos a gerir pessoas – e isso sempre foi algo bastante complexo.
Há muito tempo que não tinha um ataque de ansiedade tão grande relativo ao meu casamento, e o último aconteceu na própria semana do meu dia e tudo graças ao plano de mesas.
A cerca de 15 dias do meu casamento, devo ter tido cerca de 10 desistências. Apesar de tudo ter sido por motivos válidos, acho que as pessoas pecam ao referir “já era para ter dito antes” e isto foi algo que me chateou – não o facto de desistirem. E mesmo eles não tendo propriamente culpa (eu tive desistências até ao dia anterior ao casamento), refazer o plano de mesas vezes e vezes sem conta deu cabo dos meus nervos.
Nestes momentos o que me ajudou foi ter um noivo que balanceava a minha ansiedade sem medo de pôr mãos à obra e uma família que estava lá sempre para me apoiar. Foquem-se em quem vos ajuda e faz bem – é o maior conselho que vos posso dar.
A MANHÃ DO CASAMENTO
Já partilhei convosco que na noite anterior ao meu casamento pouco dormi. Para quem não sabe, eu encontrei um Air BNB a 25 minutos da minha quinta com duas pequenas casinhas uma em frente da outra e foi aí que eu e o meu noivo ficamos – ele numa e eu na outra.
Comecei a ficar ansiosa ao jantar e a partir daí acho que não consegui fazer mais nada. A minha maior preocupação? A chuva que os sites de meteorologia previam. Devo ter consultado mais de 3 sites e apps diferentes à espera que a previsão fosse do meu agrado, mas, obviamente não fui bem sucedida.
Então, fui dormir. As horas passavam e eu a acordar de hora a hora. Quando finalmente consegui adormecer direito surgiu o meu maior pesadelo – mosquitos. Cada vez que fechava um olho la vinham eles zumbir ao meu ouvido. Então, farta de estar deitada fui-me preparar.
Tomei banho, fiz a minha rotina de skincare calmamente, vesti o meu robe de noiva e os meus chinelos (que vocês amaram), sentei-me na sala e lá esperei que fosse a hora de finalmente começar o dia mais feliz da minha vida.
Vou sentir saudades de ser uma noiva (e deste diário da noiva). Mas por agora, vou arrasar na tarefa de ser mulher.
“O nosso felizes para sempre começa agora”